domingo, 15 de abril de 2012

O Quinze - Rachel de Queiroz

Que tal começarmos hoje com uma resenha de uma autora brasileira? Então vamos lá!

Resenha
Um Sonho de Romance

Desde que foi publicado em Fortaleza, em 1930, “O Quinze” se tornou um livro bastante polêmico e interessante. Escrito por uma jovem de 20 anos, a obra ganhou destaque na literatura brasileira por ter sido um dos primeiros romances a serem criados por mulheres no Brasil, que eram subordinadas a escrever apenas sonetos.  O enredo do livro se baseia no cotidiano de pessoas simples, que viviam no Nordeste Brasileiro durante a seca de 1915. Agarrando-se às histórias de três personagens, a autora narra o romance entre Conceição e Vicente, primos que tinham uma relação bastante próxima, mas que moravam em regiões diferentes do nordeste e que não tinham coragem de assumir seus sentimentos. Enquanto Conceição, uma moça solteira sonhava com seu amor ao ler histórias de romances franceses, Vicente se preocupava com seu gado, que estava morrendo durante a seca. Em contraste com o romance, Rachel conta ao leitor um pouco sobre a dolorosa e difícil migração de Chico Bento e sua família em direção a Amazônia, um lugar que aparentemente, oferecia boas condições de vida e trabalho em relação a cidade onde ele vivia. Além disso, o livro mostra ao leitor um pouco dos costumes e a necessidades que população nordestina passava na época: suas crenças, a linguagem que utilizava, a situação de pobreza que muitas pessoas se encontravam, a despreocupação do Governo com relação a essas, dentre outros pontos. Com um final bastante inesperado, na obra de Rachel de Queiroz é usada uma linguagem bastante simples, clara e objetiva para mostrar pequenos detalhes da vida dos moradores do sertão, com seus dramas amorosos, sociais e econômicos no nordeste brasileiro, além de afirmar indiretamente em sua obra, que qualquer um pode escrever. Porém, não com o sentido de que qualquer pessoa está apta a fazer isso, mas que um bom escritor pode vir de qualquer lugar.


Comentários pessoais (extra)
Eu, particularmente, achei o livro muito interessante e quase impossível parar de ler até o final. Apesar de serem histórias baseadas no cotidiano de pessoas simples, que estavam sofrendo com a seca de 1915, o livro fala de questões que também estão relacionadas a vida da gente, como o amor platônico. Conceição e Vicente se amavam (disso a gente não tem dúvida), mas nenhum dos dois tinham coragem de assumir os sentimentos e essa é uma situação onde todo mundo já passou ou vai passar na vida.
A obra também é direta, sem muitos rodeios e é narrada na terceira pessoa. Isso facilita um pouco a leitura, que se torna bem mais rápida. Mas não é por isso que você deixa de perceber as características dos  personagens: como se vestiam, onde moravam, como pensavam, aparência física, etc..
Só que o final me desapontou um pouco, pessoal. Não porque a história era ruim, mas o desfecho não era nada do que eu imaginava e não me deixou muito feliz. Spoiler: Apesar disso, Rachel de Queiroz nos mostra que nem sempre tudo termina com um final feliz e às vezes nosso futuro pode ser incerto...

Galera, por hoje a gente fica por aqui. Ainda essa semana posto mais resenhas e comentários para vocês! 
Um abraço!

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